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HISTÓRIA DE
SABARÁ

Localizada a 23 km de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, Sabará é uma cidade histórica do ciclo do ouro, um dos primeiros povoados de Minas Gerais e participante direta do processo de escravidão no Brasil colonial. A miscigenação que deu origem ao povo sabarense traz como legado, importantes contribuições dos povos africanos na construção cultural da cidade e na identidade coletiva dos seus cidadãos.

Assim, a herança africana está presente nos sabores da gastronomia local, nas manifestações religiosas e populares, nas artes e ofícios, nas construções coloniais, na arquitetura barroca, ou seja, em cada canto que preserva a história do passado e muitas ainda não descobertas.
A origem do nome Sabará vem da lenda do Sabarabuçu que figurou durante muito tempo no imaginário dos colonizadores e aventureiros como a Serra de prata e pedra preciosas que “resplandecia” ao sol (hoje conhecida como a Serra da Piedade).
Apesar de sertanistas como os baianos já explorarem ouro na região do Rio Sabará, só em 1674 o povoado foi fundado oficialmente com a chegada da Bandeira de Fernão Dias Paes, dando início à organização urbana em torno de núcleos mineradores, sendo atribuída ao seu genro Borba Gato a criação de um roçado na região de Roça Grande e a descoberta das minas do Rio das Velhas.
Em 17 de julho de 1711 foi elevada à condição de Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará e três anos depois se tornou sede da extensa Comarca do Rio das Velhas, cuja jurisdição alcançava os limites de Goiás, Pernambuco e Bahia.
A abundância de ouro nessas terras favoreceu o surgimento de uma sociedade colonial mineradora sustentada pela escravidão nos períodos áureos dos séculos XVII e XVIII, levando a Coroa Portuguesa a instalar em 1713 a Casa de Intendência e Fundição de Ouro, onde eram cobrados impostos sobre a farta produção aurífera.
Transformada em Museu do Ouro em 1945, a Casa de Intendência e Fundição da Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará é, atualmente, o único exemplar arquitetônico existente no Brasil que conta a história da mineração e, por conseqüência, do triste episódio da escravidão mineira.
A atividade mineradora teve como período áureo os séculos XVII e XVIII. Ao final desse último século e início do XIX, já se evidenciava a decadência das minas. Apesar de Sabará ainda manter relativa atividade comercial até boa parte desse século e contar com a exploração de ouro até os dias atuais pela Mineradora AngloGold Ashanti, o ciclo do ouro foi substituído pelo ciclo do ferro com a chegada das estradas de ferro da Ferrovia Central do Brasil e da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira.